quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Terças Poéticas

Palácio das Artes, 27 de setembro de 2011.


            Fazer com que a poesia seja de fácil acessibilidade para a população, além de promover o incentivo à leitura, vivência e memória da mesma. Essa é a proposta principal do projeto intitulado Terças Poéticas, que acontece semanalmente no Palácio das Artes. Às terças-feiras, recitais de poesia são realizados nos jardins internos do local, sempre trazendo poetas renomados que contribuem de forma ímpar para o sucesso do projeto, que já levou a poesia a mais de 20 mil pessoas no decorrer de seis anos. Um exemplo claro foi a presença da poetisa Thais Guimarães, que prestou uma homenagem ao poeta João Batista Jorge, amigo da mesma durante a década de 1980 e que foi bruscamente assassinado. O projeto tem a curadoria de Wilmar Silva, que é poeta, ator e performer e a entrada é franca.
            Quando falamos em poesia, é normal que o primeiro impacto a que nos remetemos seja o emocional. Tal forma de arte parece trazer uma dramaticidade mais marcante, principalmente quando o artista imprime na obra seus próprios sentimentos e concepções da realidade que o cerca. Essa característica ainda vai além quando o artista recita sua obra de forma a fazer com que sintamos um misto de emoções, que abrangem as que ele sentiu ao fazer a obra e as que cada indivíduo sente em seus variados cotidianos. A arte, no geral, provoca isso. Faz com que nos coloquemos no lugar do artista e de nós mesmos, proporcionando emoções únicas a quem a aprecia. Não segue padrões, logo, não obedece a concepções de "certo" ou "errado". É vivida por todos através de um só. É feita para encantar à sua forma e por sua singularidade.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Palácio da Liberdade

Palácio da Liberdade, 25 de setembro de 2011.

            O Palácio da Liberdade é uma das marcas mais expressivas do passado de Belo Horizonte. Foi construído em meados de 1897, como sede do governo do estado de Minas Gerais e residência dos governadores. Sua construção buscou romper com barreiras anteriormente estabelecidas e fazer com que a modernidade fosse sua principal característica. A arquitetura do local apresenta traços ecléticos - parte importante para o rompimento das barreiras já citadas -, com marcas romancistas e neoclassicistas. O prédio foi tombado como patrimônio cultural em 1977, e hoje em dia é aberto ao público todos os domingos, de 9:00 às 13:00, para visitação. A entrada é franca.
            Quando os arredores do então Curral Del'Rei se tornaram capital do estado mineiro como substituta a Ouro Preto, algumas preocupações se tornaram recorrentes. Era inevitável que o passado ainda muito recente de escravidão e dependência política com relação a Portugal precisasse ser deixado para trás. Como é de conhecimento geral, tal objetivo não foi atingido. O que cabe a nós ressaltar porém, é a tentativa de se construir uma capital autossuficiente e que funcionasse como o cérebro do estado. Os governantes então deram início à construção da Cidade de Minas, que por estar situada no ponto mais alto da região, recebeu o nome de Belo Horizonte. O conjunto arquitetônico ao redor do Palácio também se faz notável, por estar incluído no Circuito Cultural da Praça da Liberdade.
            Apesar de seu caráter modernizador, o edifício e todo o conjunto arquitetônico regional demonstra a falta de independência da arte brasileira na época. A influência européia, principalmente francesa, funciona como impecilho para que a tão idealizada modernização faça parte das características do local. O Palácio já passou por fases de restauração e reformas (sendo a mais importante delas feita no ano de 1922, por ocasião da visita dos reis da Bélgica), e nos dias atuais mostra grande parte dos aspectos originais de sua construção.